sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Da Arte do Encontro!

Era pra ser um encontro daqueles! Daqueles de agradecer ao universo por ter conspirado a favor, daqueles de tirar o ar, de sentir na pele, de trazer música aos ouvidos.
E seria, seria mesmo. Não fossem outros compromissos. Porque ninguém te avisa em qual esquina, nem quando vai ser. Não há sinais. Há só a vida acontecendo todo dia e esse infinito de possibilidades se abrindo.
Podia até ser qualquer coisa de pele, só de sentidos. E também era. Era qualquer coisa de remexer a gente por dentro e por fora. Qualquer coisa de dar frio na barriga e calor no coração.
Sim, era um encontro marcado, onde talvez alguém tenha chegado atrasado. Ou adiantado. Onde alguém talvez tenha esquecido de dar o primeiro passo. Ou deu o primeiro passo errado.
Era pra ser um encontro daqueles! Ninguém duvide que era pra ser! Dos melhores e dos mais inusitados. Dos beijos furtivos e dos olhares trocados. Dos sabores, dos cheiros.
Era pra ser um encontro daqueles!!!

sábado, 23 de novembro de 2013

Sonhos são...

Viver de sonhos. De sonhos que não se realizam nem quando se está dormindo. Qual não é a angústia!
De acordo com Freud os sonhos são, geralmente, a realização de um desejo, são a nossa cabeça se utilizando da carga emocional que temos, utilizando de símbolos para revirar a gente do avesso pra fora
. É assim que me sinto quando acordo com a nítida sensação de ter tido ali naquela noite, com a cabeça no travesseiro, uma apresentação ilustrada das questões que pairam sobre a mente, que apertam o coração. Acordo com as emoções à flor de pele, com o coração na mão, ou na boca, sei lá.
Me questiono se dá pra saber sonhar, se existe a possibilidade de burlar a psique, de não permitir que as frustrações também alcancem o mundo onírico, para que o produto das imagens e sons que armazenamos seja inspirador. Talvez hoje não fosse um bom dia pra escrever. Sentimentos embaralhados. Uma vontade de fuga. Um discurso deprê. Tem dias que parecem noite.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Tá leve?

Livros podem abrir portas para "mundos" desconhecidos, te fazer pesquisar novos idiomas, despertar interesse por outros escritores, assuntos e, também podem fundir sua cabeça em ideias e ideias e conjecturas que não acabam mais. A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, é do tipo que te faz avaliar posturas e calcular o peso que tem a leveza da vida e vice-versa. Viagem garantida.
A obra cujo enredo se desenvolve nas experiências de Tomas, Teresa, Sabina e Franz, leva o leitor a questionar seus comprometimentos, compromissos e sutilezas. Desde os primeiros capítulos, onde se estabelecem paradoxos entre a leveza e o peso da existência humana começam a despertar milhões de questões latentes na cabeça de qualquer pessoa minimamente pensante.
São dilemas perfeitamente cabíveis na vida prática - a ligação de responsabilidade que existe entre um casal, traição, a banalização dessa traição, uma vida sem muitas questões, sem vínculos sólidos - e por aí vai. A mim, me fez pensar muitas coisas e creio, que o objetivo seja esse mesmo, o de ilustrar e trazer à tona as questões e contradições do ser humano, a fragilidade de algumas certezas. Não é à toa que esse livro está lá, na cabeceira da cama, não pela beleza da história, mas pelo que me leva a refletir.
A insustentável leveza já é uma afirmação contraditória, visto que, teoricamente, apenas as coisas que pesam podem ser difíceis de sustentar, as leves não implicam em grandes esforços. Lêdo engano! Em se tratando de vida, o peso seria uma razão, um motivo para que se continue lutando a cada dia; a leveza seria a banalidade da existência, a falta de objetivo, de mola propulsora.
Tomando essa equação como verdade absoluta, conclui-se que nada pode ser fácil. Que essa vida sem comprometimentos que a gente fica pleiteando não seria produtiva ou benéfica. São os fardos que dão sentido à existência humana, desde o mais trivial, que é a batalha pela pão de cada dia (seu e às vezes dos outros) às outras tantas demandas.
Faz-se necessário porém salientar que ter algo que pese, ou seja, tenha relevância na sua vida não implica em ter sofrimentos, feridas abertas na carne, te lembrando o tempo todo da dor, mas sim uma razão suficientemente forte para encher os pulmões de ar e levantar todos os dias de manhã. É preciso coragem para não sucumbir à superficialidade. E mais coragem ainda para pegar suas fragilidades, questões, objetivos e fardos, colocar numa sacola e seguir a trajetória vida afora. Essa leveza que se sonha ainda não é desse mundo, mas quem sabe um dia...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

E tudo Co-incide!

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida." (Vinícius de Moraes)
As coincidências da vida são provas irrefutáveis de que o acaso nada mais é do que a maneira que ela encontra de dar dicas, fragmentos e peças coringa pra você encaixar (mais cedo ou mais tarde) no seu quebra-cabeça. O planejamento hoje era escrever sobre um livro que ando relendo a cada instante que uma nova questão me bate, porém, como num desses momentos de surpresa outro assunto surgiu e com força tomou de assalto meus pensamentos: As co- incidências!
A cada evento inesperado, que faz sentido no todo, acredito mais na sincronicidade do universo. Quem nunca se perguntou porque algo não poderia ter acontecido antes e depois de uma breve reflexão concluiu que caso acontecesse não teria maturidade para lidar ou as ferramentas necessárias pra usufruir? Quem nunca ouviu "por acaso" a palavra certa, de pessoa inusitada, numa circunstância não imaginável? Quem nunca conheceu a pessoa certa na hora errada? Quem nunca escolheu a hora errada pra atitude certa? Quem nunca? Quem nunca um infinito de situações...
Os ditos desencontros são o que a gente não tem ferramentas para entender ainda, seja por falta de experiência ou por estar com os olhos cheios de entraves de tristeza, de desespero, de insanidade...E viver tem desses momentos, em que nada parece lógico, tudo é só contradição e contrasenso, pelo menos temporariamente.
Os encontros feitos vida afora, de qualquer ordem que sejam - amorosos, de amizade, de trabalho, bons ou ruins - tem contribuição na construção da sua história, da pessoa que se torna ao longo da vida. A maturidade chega e você agradece todos eles, mesmo os não fortuitos e para de tentar forçar as peças para que se enquadrem, encaixem.
Lamente(não muito!), apenas os atropelos, que são a forma que encontramos de desrespeitar o ciclo natural da vida. A única coisa que faz tudo valer a pena, ainda que de cara não faça sentido, é a oportunidade de estar vivo, de aproveitar as ditas incoerências, de surpreender, de ser surpreendido e descobrir que a razão de ser das pessoas e das coisas é apenas uma questão de sabedoria para interpretar.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Apenas um mar de foguinhos

O Mundo
Um homem de Neguá, na costa da Colômbia pôde subir ao mais alto do céu. Na volta contou que havia contemplado la de cima a vida humana. E disse que somos uma mar de foguinhos.
- O mundo é isso - revelou - um monte de gente, um mar de foguinhos.
Não há fogos iguais. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Existem fogos grandes e fogos pequenos e fogos de todas as cores. Existem pessoas de fogo sereno, que nem sentem o vento e há gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam, mas outros, outros, ardem a vida com tanta vontade que não se pode olha-los sem piscar e quem se aproxima, se incendeia.
De O livro dos Abraços, Eduardo Galeano
Galeano sempre genial. Nessa definição, fica bem claro, pelo menos pra mim, a maneira que somos e que são tantas pessoas que nos rodeiam, que passam, que ficam pela vida da gente. Em cada característica desses fogos posso perceber também momentos de vida. E será que é possível escolher que tipo de fogo ser?
Sem mais.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O que é de sentir.

De tudo que muda nessa vida de tempos modernos, nada conseguiu substituir o que a gente diz olhando nos olhos ou cala pra deixar o olhar falar. Refletia sobre isso outro dia, sobre o poder das palavras, a dimensão que tem pra quem fala, pra quem ouve, pra quem escreve e pra quem lê. Sou apaixonada por elas!! Pelas formas que se pode dar a um emaranhado de letrinhas; pelos bordões que se cria juntando duas ou três e que vão sair se espalhando por aí; pelo casamento perfeito com melodias; por conseguirem ligar o gatilho da imaginação...Mas mesmo assim, um universo que parece ser tão vasto, que pode ser explorado de diversas formas, não é capaz de mensurar nem sentimentos, nem intenções.
Não é à toa que temos aulas de interpretação de texto na escola...hehehe...em vão, é claro. Os gabaritos não passam de meras suposições, na maioria das vezes. Ninguém entrevistou nossos autores mais famosos e pediu à eles pontos fechados, respostas que talvez nem eles tenham feito a respeito de seus escritos. A palavra é livre! Toma a forma que quer. A conotação que se queira (e seja conveniente) dar. Mas os sentimentos que colocamos quando as proferimos, ali, no cara a cara, dificilmente deixam dúvidas.
Acho até que quando tudo cala é que se diz mais coisa. É num abraço, que qualquer sílaba pode estragar. É num olhar, espelho da alma. É num beijo, que não deixa espaço pra nada que seja de saber, só de sentir. E sentir é bom demais!!!
Em tempos de viber, facebook, whatsapp e outros tantos avanços tecnológicos, que mantém a gente o tempo todo conectado, tem ficado cada vez mais difícil interpretar certo uma centena de carinhas, abreviações e, cada vez mais raro conseguir tomar um chopp com os amigos sem a interferência dessa tranqueira toda. Discute-se a vida, a relação, resolve-se o trabalho, tudo através desses intermediários dos tempos modernos, em detrimento do que vale realmente a pena, que dá sentido a essa vida maluca e corrida, que são as relações interpessoais presenciais...rs.
Viver é um esporte (?) de contato. E, definitivamente, precisamos desse intercâmbio pra evoluir, todo dia. Dos abraços dos amigos, do cheiro de quem se ama, do calor de quem ama a gente, do olhar lançado com ternura. Gente precisa de gente!! Sem intermediários, sem burocracia. Livres como as palavras!

domingo, 22 de setembro de 2013

Liberdade, liberdade...

Porque temos medo de sermos livres. É isso mesmo. E você pode questionar à vontade. A vida em liberdade cria um mundo de infinitas possibilidades e, nem sempre estamos preparados para assumir as responsabilidades desse ambiente sem portas claramente definidas e no qual o desconhecido, fruto das escolhas do caminho, está por nossa conta e risco.
Enquanto crianças a vida é limitada. A cada passo, a cada decisão, temos os pais nos apresentando antes, as consequências de tudo e, sinalizando o tempo todo até onde podemos ir. Dificilmente o efeito é diferente do que eles preveem, acho que desse grande número de acertos é que veio a frase mais usada, se não pelos pais, pelas mães, com certeza: Eu te avisei!
A sequência é a adolescência, época de querer quebrar os tabus, ultrapassar os limites da sociedade e confundir totalmente o que significa ser livre com o comportamento inconsequente. Não há maturidade suficiente para ter liberdade quando o corpo é uma ebulição de hormônios, de transformações, de cobranças sobre suas tendências, sobre a escolha profissional...É um período para acúmulo e processamento de elementos para formação da personalidade de alguém que pode escolher conhecer-se e também aos outros, respeitar-se e também aos outros ou procurar qualquer velho molde para não ter que passar uma vida tentando prever os passos e calcular se valem a pena ou não. Viu o porquê de parecer tão pesado ser livre? E, de verdade não é. Dá leveza ao script, espaço para criação.
A liberdade é direto dado por Deus (caso acredite Nele), chama-se livre arbítrio, é confiando na sua sabedoria, na sua capacidade de discernimento do que é bom, do que faz bem, do que convém ou não, e está bem longe de ser mensurado apenas pelas convenções e acordos feitos por essa sociedade só de carne e osso em que vivemos. Temendo a responsabilidade que temos quando exercemos plenamente esse direto é que, em muitos casos, colocamos grilhões imaginários na mente e bolas de ferro nos pés para limitar a caminhada. Para evitar arcar com o azar ou sorte fruto das escolhas, opta-se pela mesma profissão do pai, que já vai abrir portas, trazer cartela de clientes; segue-se o mesmo roteiro de viagens feitas por outros, hotel a hotel, restaurante a restaurante; almoça-se no mesmo lugar, compra-se na mesma loja, com o mesmo vendedor e vive-se uma vida de planos sem susto.
O gosto da liberdade é o prazer de estar de peito aberto, pronto para assinar embaixo de textos, contratos...De se assumir alguém que pode mudar, repensar teorias, questionar os grandes pensadores e escrever à lápis alguns pontos para adaptar-se a esse turbilhão chamado vida; é saber que a alma é livre; e que limites não são pra te aprisionar, mas para nortear seus passos.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Insistência é falta de educação!

Porque insistir é mesmo falta de educação. Um tempo atrás alguém discorreu sobre esse assunto em uma dessas redes sociais. Na história em questão falava-se sobre a ida ao salão de cabelereiro, onde querem "entubar" tratamentos a todo custo a pretexto de te deixar com cara de global. Inquieta que sou, já comecei logo uma viagem a respeito de todo tipo de insistência e o fundamento da falta de educação.
Pense numa festa, naquele amigo que você quer muito que vá e ele te diz que não pode. Você, no afã de convencê-lo diz que ele pode chegar a qualquer hora, que pode ser só uma passadinha, que pode levar acompanhantes, que queria muito poder contar com a presença dele e a sequência de tentativas gera mal estar e desconforto pra ambos. Para você porque gasta todo poder de argumentação e bajulação e para ele porque não vê mais nenhuma desculpa ou jeito delicado de te dizer que NÃO vai, que não quer ir, sem te magoar. Pronto, temos uma amizade abalada por uma insistência que gerou uma indelicadeza, uma indelicado e um mal educado.
Mudando o cenário e te colocando no posto de quem "sofre" a insistência, o local é uma loja, onde o vendedor, aparentemente solícito e gentil te dá toda atenção para escolha de determinado produto. De repente, o mesmo produto já tem acessórios, sugestões sem fim de coisas para compor sua compra, cores e teorias mirabolantes. Pronto, o mocinho virou bandido e tudo que você quer é sumir das vistas daquele sujeito antes tão cordial.
Agora a história já é mais complexa, você está a fim de alguém, se expõe, se revela, mostra qualidades, atributos. Mas, como cabeça e coração dos outros são terra que ninguém pisa, mesmo com mil demonstrações de como você pode ser interessante, inteligente, boa companhia, a pessoa não reage. No minuto seguinte você deixa de ser alguém possivelmente encantador, pra se tornar o chato de galocha que insiste, insiste, que só vai se afastar depois que o outro, cansado de ser gentil, age de forma grosseira. Infelizmente, acontece. Acontece comigo, com você e com o universo!!! Chega a ser uma violência, um atentado contra o direito do outro de dizer não. Resultado da nossa intolerância à frustração.
Imagino que todo mundo já tenha estado no lugar do insistente e do "insistido"(neologismo...rs), normal acontecer, normal lamentar ou achar que valeu a pena também vencer pelo cansaço de alguém ou ser vencido pelo próprio.
Insistência pode ser interpretada como determinação, porém, como quase tudo nessa vida, se a gente perde a medida, é tiro pela culatra na certa. Correr atrás do que quer que se queira muito é louvável, é incentivado pela sociedade, pelos livros de auto-ajuda, pelos programas matinais(hehehe), porém, a linha que separa o chato, o mal educado, do obstinado é tênue demais, tanto que o bom senso, às vezes, só vem à tona no day after, com xícaras de café e reflexões internas e, pra algumas pessoas, nem vem. Enfim, a ideia era dizer que é preciso sim batalhar pelo que se deseja, mas nem sempre "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura" vai te trazer o que você quer, do jeito que você quer e vai te livrar de passar papel de ridículo, de mala, de mal educado.
Insista consigo mesmo, perceba seus próprios limites, respeite-se e, dificilmente, vai deixar de sentir se o terreno do vizinho é para plantio ou colheita, ou se a terra não é para semeadura. Ninguém que não tolere ser violentado nas suas vontades vai violentar o outro, querendo qualquer coisa à força.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

"Ah! Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada não." Já dizia o Poeta.

É preciso paixão, mais até que o amor...pelo menos num primeiro momento. A paixão é o pontapé, é o impulso, é a carga de endorfina. Pelo trabalho, por um alguém, por causa própria, pelas histórias que se escreve. Como pode uma palavra com apenas seis letras conseguir significar tanto? Vai dizer que você não pensou naquele frio que dá na barriga?
Pena não podermos viver imersos nesse infinito de sensações, o que dizem pesquisas nos levaria em pouco tempo a um colapso. Os efeitos da paixonite são comparados até mesmo aos da cocaína, tamanho poder sobre o sistema nervoso e tamanhos são seus efeitos, quimicamente comprovados, em nosso cérebro.
Mas em se tratando de paixão como fator motivador de conquistas o único risco que se corre, no fim de tudo, é de ser feliz. Essa mola, por assim dizer, é capaz de amenizar os percalços da profissão escolhida já que a combinação de endorfina e dopamina presentes no organismo enquanto executamos uma tarefa da qual gostamos nos propicia o sentimento de prazer, o que pode de fato minimizar os efeitos de chefes mala, colegas não tão simpáticos...
Nas atividades físicas por exemplo, das que requerem maior ou menor esforço físico, é senso comum que a satisfação que proporcionam é a maior responsável por qualquer resultado no corpo e na mente. Até porque, quando se escolhe algo para praticar frequentemente procuramos o que nos seja minimamente agradável.
Ter alguma "bandeira" pra hastear na vida e, hasteá-la com toda convicção é paixão. Das causas mais nobres, como o problema da água no planeta, do aquecimento global às de foro íntimo. Uma das definições do objeto desse texto no dicionário Aurélio é - Movimento violento, impetuoso, do ser para o que ele deseja - ora, nada mais do que um súbito acesso de coragem, de energia das entranhas para batalhar pelo desejo, o que ao final e mesmo durante o período de luta irá gerar um misto de sensações altamente viciante.
Mas de tudo o que possa ser apaixonante, o que deve despertar paixão mesmo é a vida que se leva. Nada contra o amor. Ele continua sendo lindo. Porém toda vez que ouço essa palavra penso numa lagoa, onde nada acontece. Onde não é possível surfar, nem levar caixotes, nem deixar o barco correr sem que se use remos. É só calmaria. É sem surpresas. No sentimento de seis letrinhas tem sempre algo desafiador,a conquista, e até o fato de não dar certo é caminho, caminho pra se apaixonar por outra coisa, outro alguém. E nessa "brincadeira" não se quer mais parar de viver.De viver pra sentir, pra conhecer, descobrir. E de se apaixonar muito, muito mesmo, pelo menos num primeiro momento.

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