A mesma rotina do café até a hora da cama, salvo nos fins de semana, quando trocava o uniforme de trabalho por pijamas, a cadeira do escritório pelo sofá velho e o computador e o mouse por tv e controle remoto. Indiferente.
Não era (ou estava) nem a sombra do que um dia fora, não por excesso de idade, problemas de saúde ou coisa que os valha, mas, talvez, por ter esquecido do princípio do prazer.
É prazer o que move e remove! De fato esquecera...de se permitir.
Copiando velhos moldes, de velhas éticas e reproduzindo personagens conhecidos.
Tudo para que nada desse errado, tudo para que nada fosse de aborrecer, fingindo de vivo para que não percebessem o que dentro estava morto.
Atônito, muito embora não tenha sido sempre assim.
Não era realmente, em época nenhuma, dado às maiores demonstrações de afeto ou o inverso, porém nesses novos tempos havia criado uma espécie de carapaça de resignação, de poucas ambições de trabalho, de amor, de horizontes.
Talvez fosse desinteressante até pra si, mas escondia bem.
Talvez percebesse que estava bem longe das sensações que buscava aos 20, mas aceitou bem.
Talvez quisesse se rebelar, mas preferiu aceitar.
Adaptar-se, seu lema.
Não é possível prever seus próximos passos, mas os votos são para que desperte.
Para que descubra suas vontades, que lute pelo que acredita.
Que seja para si e não para os outros sempre.
Que faça o que gosta, que re-encontre os sonhos deixados no meio do caminho, as viagens e todas as aspirações de antes.
Ninguém que cala sua própria voz deve permanecer mudo.
Ser é diferente de estar.
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