quarta-feira, 23 de março de 2011

Diga-me o que ouves e te direi quem és ou pelo menos, como te sentes!

Ouvindo loucamente (tipicamente eu) Tom Jobim e Vinícius de Moraes, ficando cada dia mais apaixonada pelo "casamento" dos dois, por cada letra de um, por cada arranjo de outro...
Conversando recentemente com um amigo falávamos sobre o luxo que é poder sentir, não só perceber a técnica das melodias, mas se emocionar com elas. Tô assim, me emocionando cada dia mais.
Música faz com que a gente se sinta vivo, acho até que nos aproxima dos mundos angelicais. Agradeço tanto poder ser sensível a esse ponto, conseguir fazer essa ponte, ter ouvidos de ouvir e coração de sentir!
É possível através das canções expressar amores, dores, momentos de extrema alegria, de descontração e sair passando isso adiante. A letra escrita no Oiapoque pode unir-se à melodia feita no Chuí e ser difundida mundo afora, irrestritamente. E a qualidade? Bem, outro assunto que não se discute, como religião e futebol. Cada um decide o que cai bem aos ouvidos, o que acalanta o coração. Pode-se fazer crítica à técnica, à afinação, aos arranjos, mas jamais à qualidade em termos de letra, de mensagem, de ritmo, estilo. Esses quesitos são tão particulares, tão relacionados a questões culturais, a níveis de evolução (moral, intelectual, emocional), à sintonia...acho que é isso!!
O amor é indiscutivelmente o tema mais usado. Os bons amores, os maus amores - se é que pode se dizer que algum amor é mau - os da traição, os do perdão, os da solidão, do adeus...são contados pelos maiores compositores da nossa MPB e pelos menores também...rsrs! É uma forma de louvar a plenitude de um relacionamento duradouro, a intensidade de uma paixão fulgás, a decepção do amor que era de um só, numa tentativa de colocar em palavras o que não se pode mensurar e num conjunto de notas o que só o coração pode perceber.
Há também aquelas que são verdadeiras trilhas de encontros de amigos, de momentos de pura alegria, que não remetem à reflexões mais profundas, que induzem a lembrar apenas das sutilezas, a viver os sorrisos do momento. Enfim, tem som pra todos os lados e pra todas as horas!
As letras sem melodia chamamos poemas. As melodias sozinhas, continuam sendo melodias e daí se explica o fato de muitas vezes nos emocionarmos, gostarmos tanto de uma música de outro idioma, sem saber sequer o significado das palavras ditas. Será então a união de notas que gera comoção? Também! Assim como um poema sozinho pode tocar fundo.
Pra mim, o que funciona é o casamento! Esse dos instrumentos com a letra, esse que mexe com a pele, com a emoção, que provoca as lágrimas e os sorrisos, que dá som a determinados momentos...
Amo demais essa manifestação (artística?!)que me mostra a cultura de uma região, a crença, o grau de sensibilidade das pessoas.
Vivo agradecendo a Deus os ouvidos,a influência musical que tive na infância, os amigos apaixonados por música, a oportunidade da evolução e com isso elevação(ops!) e a audição seletiva!
E enquanto minha história se desenrola, como produtora musical da minha novela, desenvolvo a minha trilha sonora totalmente eclética e às vezes incongruente, que reflete cada fase, cada esquina onde parei. Mantendo casos breves enquanto vivo relações de amor eterno.
Diga-me o que ouves e te direi quem és!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Metamorfose Ambulante, teu codinome é VIDA!

A vida é mesmo uma caixinha de surpresas! Boas ou ruins, cheias de aprendizado, de amor ou de dor e é assim pra todo mundo!
Os problemas não existem pra uma pessoa só. Ás vezes um problema é de várias, às vezes o que era pra ser só nosso interfere e mexe com a vida de quem tá em volta.
E não adianta se isolar num casulo, fechar as portas, se trancar em casa e tentar encaixar as peças que a vida prega afundado em tristeza e em revolta...Desanuviar não é viver o momento de dor, é tentar resolver! É sabido que mudar dói e só o dono da dor sabe o quanto...mas mudança é transitório, passa!! Aquele passarinho que durante a muda nem canta, não permanecerá mudo, há de cantar ainda mais belo e vistoso.
O mais difícil de tudo é entender que as coisas que acontecem, das mais felizes até as mais tristes, foram programadas pra gente e a gente pode com ou contra todas elas.
O mundo nunca foi feito de facilidades, de samba e amor... temos que correr atrás, fazer acontecer o feliz pra sempre, colecionar pedras, transformar limões em limonadas ( ou em caipirinhas..rs), sem preguiça, com força de vontade e garra!
Dinheiro ou falta dele, trabalho, filhos, família, são itens quase que de fábrica e não são fáceis de lidar...geram aborrecimentos e preocupações que se dissipam na poeira do vento tão logo vamos ficando "escolados" em resolvê-los. Precisamos desses "problemas".Vivemos cercados de pessoas e pessoas sempre são complexas...às vezes bem mais do que se imagina, mas isso é outro caso, é tipo videogame, subindo de nível.
O sofredor muitas vezes parece "amar" seu sofrimento, se apega a ele de tal forma que nada, nem ninguém pode ser mais importante, nada mais pode ter espaço na vida, nada mais pode ocupar a mente e o coração. E é com a "casa" mental confusa que se geram outras tantas confusões, outras dificuldades, que se criam barreiras antes inexistentes. É nesse momento que somem aqueles que poderiam ajudar, aqueles que dariam a mão e até o braço pra aliviar as tristezas. Somem porque são afastados pelo egoísmo com o qual se age quando não se vê mais nada além do poço.
Não dá pra julgar quem sofre! Quem não teve um problema de equação difícil, que não achou que o mundo ia se acabar quando tirou um extrato no banco, que não sofreu de dor de amor?
Elementar, meu caro Watson! Trivial! Faz parte do jogo da vida!
Agora quem não tem uma boa história de volta por cima pra contar, pessoal ou de amigos?!
Sim, sinal de que tudo se resolve. Pode até ser que não do jeito que se queria, ponto por ponto, mas se resolve!
O céu não está sempre cheio de nuvens, nem de estrelas, nem a lua, nem o sol se fazem presentes as 24 horas do dia, como pedir então que a vida seja linear, sem desafios?! Ninguém vai ao parque de diversões para dar infinitas voltas no carrossel, a emoção da montanha-russa é que vale o passeio.
Sair da casca e criar nova, crescer, decepcionar, cair, levantar...há sempre um sentimento novo a se descobrir, um caminho a desobstruir. Se pararmos diante da tempestade vamos deixar de saber como é a bonança, de aprender...vida que segue! A dureza do nosso micromundo não pode deixar com que o mundo de verdade pare pra gente chorar e se lamuriar.
Há de se pensar que sempre existem problemas piores, que o problema de hoje não vai ser o derradeiro, que sem um sorriso no rosto(mesmo que a lágrima de tristeza ameace rolar), sem os amigos e aqueles que nos querem bem por perto, o fardo pesa mais.
Simbora viver!!Mesmo que seja muiiito mais fácil falar do que fazer...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Deixa acontecer, que nada é pra já, viver é aprender a jogar...assim espero!

Minha vida é mesmo um songbook. Pra cada fase uma música, um compositor... muito embora me sinta extremamente representada por Chico Buarque e Nelson Cavaquinho(ê depressão!) Rsrs!
Sempre começo meus textos se não a partir de frases soltas, vindas à mente do nada, a partir de músicas, que vão dos clássicos às mais populares, acho que se um dia meu mundo fosse só de silêncio, sem notas musicais ou letras para traduzi-lo ou se fosse privada de ouvir, preferiria não existir!! Enfim, sigamos...
No atual momento é música que não acaba mais. Tem marchinha, samba-canção, chorinho, bossa nova e até pagodão..rs...que álias, inspirou o texto de hoje: "Deixa acontecer naturalmente..."
Peguei a frase pra destrinchar essa pressa que eu tenho e que identifico no mundo de hoje, de que tudo tem que ser pra ontem, pra agora, sem tijolo por tijolo, causa e consequência de uma vez só. Perdendo assim a naturalidade, impedindo que as coisas se instalem pouco a pouco, a seu modo, que achem lugar adequado, sem a afobação de que se encaixem de primeira.
Essa coisa de ser intenso, de viver o momento, desfrutar as paixões, as amizades, tudo muito e muito, de entregar a chave do coração, de casa, do cadeado daquele diário mais secreto pro melhor amigo de infância, que você conheceu naquela semana; pro amor da sua vida, que existe nela há 5 minutos, é fruto da ansiedade. Talvez também da inocência que alguns (EU) ainda mantém, acreditando num mundo de possibilidades mágicas. Não que a vida seja dura, pré-determinada, mas de uma magia pautada em coisas concretas. É preciso construir! Nada que é perene é feito de uma hora pra outra. Vide o encanto da Cinderela que a transformou em princesa, mas com tempo determinado pra acabar. E ela o que fez? Aproveitou pra plantar a sementinha, ou melhor, esquecer o sapatinho, achando depois do encanto quebrado, junto com o príncipe, é claro, construindo a partir daí o tão sonhado "Felizes para Sempre"!
Já construí muita coisa ao longo desses meus pontinhos, pontinhos,anos de vida. Mas até elas começaram meio no susto. De repente surgiu uma peça e pimba!Lá estava eu montando outras tantas por cima. Sem arrependimentos, mas parei com isso!Cada dia mais!
Há pouco tempo tive provas de que apressar, se dedicar com todas as forças a coisas ou pessoas, querendo que de um dia pro outro se solidifiquem amores, amizades, decisões, não leva a lugar nenhum se não ao posto dos desesperados, inconseqüentes, quiçá malucos! Normal pagar de anormal de vez em quando, mas não sempre, nem pra sempre. Os surtos incontroláveis de ansiedade, que fazem com que sejamos imediatistas, esquecendo da semeadura e priorizando a colheita tem que servir pra algo, tem que servir!!
Esse pensamento, junto com "deixa acontecer naturalmente","não se afobe não, que nada é pra já" viraram mantras...ah, não posso esquecer de "vivendo e aprendendo a jogar"(importantíssimo!). Segui-los-ei para construir um futuro brilhante...será?!Será!

Pages