domingo, 9 de maio de 2010

Como é grande o meu amor por você!

Hoje é um dia especial que não precisaria existir se a gente não tivesse a mania de deixar pra lá tudo o que é importante. Será que alguém se esquece que tem mãe? Acho que não. Nem que ela não seja lá essa coca-cola, que o tenha abandonado, por algum motivo vai ser lembrada.
Pra mim esse dia sempre foi importante. Importante porque a gente ficava na expectativa de conseguir agradar a pessoa mais amada: a minha mãe!Ô tarefa difícil, embora ela diga que não...
Queria tentar me declarar, queria tentar traduzir com a humildade do meu vocabulário tudo que sinto, tudo que não cabe no meu abraço, o que não falo, o que acho que ela já sabe, dizer o "Obrigada" que a palavra simplesmente não é capaz de mensurar.
Quando eu era criança ela era pra mim o exemplo de mulher prendada, aquela que sabia fazer de tudo, de bolos até trocar lâmpadas e apertar parafusos. Ela era pra mim o exemplo de mulher segura, que nunca titubeava ao dar uma resposta, que decidia e tinha uma firmeza na voz que impedia que você duvidasse do que ela falava. Ela era pra mim a chata mais chata de todas as chatas, que implicava com a minha música, com a minha roupa, que ficava o tempo todo marcando durinho pra eu não sair da linha. Ela era pra mim a déspota que tomava as decisões e muitas vezes não aceitava minhas argumentações. Ela era a mais engraçadinha de todas as mães, a que dançava, a que corria atrás da gente pela casa, que fazia piadinhas. Ela era a pessoa da qual em algumas vezes eu mais queria estar distante e ao mesmo tempo, quando estava, sentia tanta falta, parecia que longe dela eu era vulnerável a qualquer coisa, que o mundo podia me magoar e não ia ter ninguém pra me defender, que longe dela, ah, longe dela sim era possível sofrer!
Um dia resolvi entrar para o grupo que ela frequentava há vinte anos, o grupo das MÃES e foi aí que comecei a vê-la, a senti-la de uma forma totalmente diferente. Foi a partir da maternidade que o espaço que já era dela dentro do meu coração, cresceu de forma absurda, foi quando consegui entendê-la.
Hoje ela é pra mim um poço de amor sem fim. Hoje muita coisa mudou. Vejo por detrás daquilo que eu pensava ser imposição, autoritarismo, uma demonstração de fraqueza, de fragilidade que toda mãe tem só de pensar que algo pode dar errado pro seu filho; vejo nas nossas brigas a tentativa enérgica de impedir o objeto do carinho, zelo e dedicação de tomar uma decisão menos acertada; vejo nas brincadeiras, no sorriso, os sinais de uma felicidade imensa diante daquela criaturinha que hoje te faz rir e amanhã babar de raiva; vejo na segurança totalmente o oposto, a incerteza diante do futuro que não se pode prever e a esperança que só aconteça o que vai fazer o filhote feliz. Vejo nela, a minha mãe, ser humano, imperfeita, cheia de virtudes e falhas, não vejo uma heroína. Vejo um coração do tamanho do mundo, onde cabem as minhas dores, os meus amores, onde cabemos a minha irmã, a minha filha...
E com tantas mudanças no meu modo de pensar, só uma coisa não mudou, continuo me sentindo desprotegida quando estou longe dela e é ela que me impulsiona a ter forças pra proteger outro alguém, alguém que ocupa minha mente e que preenche a minha vida - a minha Cacaia!
Mãe, dizer que te amo nunca vai ser suficiente!
"E não há nada pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você!"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Valei- me, Francisco de Assis!!

Sempre fui fã de Francisco de Assis, espírito iluminado, abnegado, bondoso, meio maluquinho (não dá pra deixar de achar meio doidinha a história de falar com pássaros), adepto do "melhor amar que ser amado..." e símbolo indiscutível de humildade.Ele e Clara (Sta. Clara de Assis) são exemplos do viver para o próximo e do desapego material.
O engraçado é que ao admirar tais personalidades, me vejo tão, tão distante delas...Como lembro do meu orgulho ao me deparar com a necessidade da modéstia! Pra mim, admitir minhas fraquezas é muito mais fácil do que negar minhas capacidades. Duro é saber que posso, mas ter que fazer apenas o trivial pra não melindrar ninguém, pra não ser que o todo mundo chama de soberba. A vontade que dá é de gritar: Não!!Não!!! Se eu posso, por que não?
É, nesses momentos vejo que nem meu desapego material (porque me considero alguém que não se importa com coisas) ,não é tão verdadeiro. Se uma roupa consegue me incomodar, consegue mexer com que sinto, significa que sim, me importo! Cadê a humildade que eu tanto admiro?? Vai ficar na vitrine pra eu olhar e o pior, não dá pra comprar!
O poder sobe à cabeça do homem e a falta dele também. Nem sempre somos a cereja do bolo e mesmo isso é relativo,eu, por exemplo, não ligo a mínima pra ela. Ás vezes, a raspinha do recheio da panela é muito mais gostosa do que quando tá lá, junto com todo o resto, mas vai entender isso e colocar na vida real, vai entender que pra desfrutar o calor da lareira é preciso carregar muita lenha e vai aplicar a máxima do " pois é dando que se recebe...", pra Fabíolinha aqui não é fácil não.
Tenho que admitir ter a pior espécie de orgulho, tenho orgulho de algo que é impossível retirar, que a traça não devora, que nem a terra há de comer, tenho orgulho do que sei. E, é o que sei que alimenta minha autoestima. Não o que visto, não onde moro, o que como, de onde sou, é o conhecimento que eu penso deter, são as capacidades que estão impressas na minha personalidade, no meu modo de agir e delas não tenho como me livrar! Mas como me atrasam moralmente!
O pássaro precisa das duas asas do mesmo tamanho para que possa alçar vôo, talvez por isso Francisco de Assis o admirasse tanto. Nem só com que se entende por inteligência ou cultura, nem só com o coração limpo e puro, mas com os dois, de forma igualitária e harmônica é que vou poder voar mais alto, ou melhor, sair do chão!

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